Bode do Entre Amigos
Pernil de bode do restaurante Entre Amigos. Foto: Maria Eduarda Bione/Esp. DP/D.A Press |
Clássico prato regional, o bode do Entre Amigos (Rua da Hora, 695, Espinheiro, F.: (81) 3222-6705; Rua Marquês de Valença, 30, Boa Viagem, F.: (81) 3312-1000; Avenida Boa Viagem, 760, Pina, F.: (81) 3127-2510; aberto diariamente, a partir das 11h) foi lembrado pelos próprios recifenses em recente pesquisa realizada por uma revista de circulação nacional. Suas duas sedes (uma no Espinheiro e outra em Boa Viagem) servem carnes diversas, mas o Pernil de bode é a especialidade da casa. Por R$ 139,95, cinco pessoas comem, ainda, feijão verde, arroz carreteiro, farofa de jerimum, pirão de queijo e batatas recheadas. O tamanho impressiona. Quem quiser um bode menos superlativo pode apostar no Bode assado, que serve bem três pessoas, por R$ 78,50. Embora a sede do Espinheiro tenha capacidade para 500 pessoas e a de Boa Viagem receba até 800, não raro ambas as casas estão lotadas. O sucesso induziu a abertura de uma terceira franquia, agora na Avenida Boa Viagem, no Pina.
Macaxeira da Casa de Noca
Macaxeira cozida, carne de sol e queijo coalho frito na Casa de Nova. Foto: Maria Eduarda Bione/Esp. DP/D.A Press |
Quase de esquina com a Ladeira da Misericórdia, um dos epicentros do carnaval olindense, a Casa de Noca (Rua Bertioga, 243, Bonfim, F.: (81) 3439-1040; aberto diariamente, das 11h às 23h) vem servindo a clássica macaxeira com carne de sol, há 33 anos. Eraldo e Noêmia Pereira, a Noca da casa, começaram montando uma barraca na calçada. Agradaram e se viram obrigados a transformar o térreo do imóvel em cozinha e o quintal em um salão para os clientes. Foram morar no primeiro andar da casa. "Nosso público é variado, gente de todas as classes. Aos domingos, vêm muitas famílias almoçar", contam. O prato é um só: macaxeira (sempre cozida, nunca frita) com parmesão, carne de sol e queijo coalho. Para duas pessoas, sai por R$ 50. Para três, R$ 70. Para cinco famintos, R$ 90. Peça uma cerveja gelada para acompanhar.
Cartola do Leite
Cartola do Restaurante Leite é um clássico do centro do Recife. Foto: Maria Eduarda Bione/Esp. DP/D.A Press |
Se houvesse um campeonato à procura de um clássico gastronômico do centro do Recife, a cartola doRestaurante Leite (Praça Joaquim Nabuco, 147, Santo Antônio, F.: (81) 3224-7977; aberto de domingo a sexta-feira, das 11h às 16h) entraria na briga para ganhar. Em atividade desde 1882, o que o faz sustentar o título de mais antigo da cidade, o espaço já recebeu nomes ilustres, como Assis Chateaubriand e Juscelino Kubitschek, e segue como ponto de encontro de políticos e empresários locais. Para montar o prato, uma banana prata, queijo manteiga, açúcar refinado e canela-da-índia. R$ 19 e ela é sua. Quem comanda a cozinha há 25 anos é o chef Edmílson Araújo, mais conhecido como Bigode. Além de oferecer a sobremesa à reportagem, insiste que bacalhau, camarão, cabrito e filé, como no Leite, não há.
Pizza da Padaria Imperatriz
Na Rua da Imperatriz Teresa Cristina, não passa carro. Mas o número de pedestres chega a congestionar a via. No horário de pico, quem tira vantagem é a Padaria Imperatriz (240, Boa Vista, F.: (81) 3231-3793; aberto de segunda a sexta-feira, das 6h às 20h, e aos sábados, das 6h às 19h). "O pessoal sempre para pra comer alguma coisa", diz Maria das Graças, funcionária há 35 anos. O trunfo do empreendimento é a pizza. "Contratei um pasteleiro paulista na década de 1970 e ele veio com essa receita. Deu certo. Ele foi embora, mas a pizza ficou até hoje". O sabor é único. Literalmente. "É mussarela e molho de tomate. As pessoas perguntam se não vamos ter outros sabores, mas não teríamos estrutura pra isso". Uma fatia sai a R$ 3,80. A pizza inteira, com quatro fatias, a R$ 15,20. O difícil é ir à Imperatriz e parar na pizza. Pães, salgados, doces, sucos, vitaminas, cafés parecem também querer alguma atenção.
Torrada da Padaria Santa Cruz
Dos mesmos donos da Imperatriz, a Padaria Santa Cruz (Rua da Santa Cruz, 101, Boa Vista, F.: (81) 3231-3009; aberto de segunda-feira a sábado, das 5h às 19h30) é tão tradicional quanto. Ambas estão localizadas no bairro da Boa Vista e servem a população há décadas. Hoje, os irmãos portugueses Eduardo, Horácio e Júlio Amorim estão à frente. No balcão, são as torradas amanteigadas o principal atrativo. Sem fugir à regra, o modo de preparo é secreto. "Fazemos encomendas para a maioria dos restaurantes da cidade. Se contarmos o segredo, não vai ter mais graça", comenta Eduardo, na Santa Cruz desde 1959. Um pacote de 300g custa R$ 7; já o de meio quilo sai por R$ 11,50.
Bricelet do Mosteiro Nossa Senhora do Monte
O acesso não é dos mais simples. Uma vez em Olinda, pegue a Estrada do Bonsucesso e ao chegar à casa do Homem da Meia Noite, siga em direção ao Mosteiro de Nossa Senhora do Monte (Rua Alto do Monte, s/n, Bultrins, F.: (81) 3429-4931; aberto diariamente, das 8h30 às 11h30 e das 14h30 às 17h), edificação de 1535. Há 50 anos, as freiras da Ordem de São Bento se instalaram no local e trouxeram com elas a receita do famoso bricelet. Trata-se de um biscoito fino, muito fino, cuja receita só as freiras sabem. A mercadoria pode ser encontrada na lojinha ao lado da igreja, mas diversos restaurantes de Recife e Olinda decoram sorvetes, brownies e petits gâteuax com pares de bricelet. No comando das fornadas, Irmã Cecília, Irmã Marta, Irmã Rosa e mais ninguém. Ao provarmos, um aroma de limão se sobressai. "É uma tradição beneditina", limita-se a explicar Irmã Cecília. Mistérios à parte, certifique-se de que há pacotes disponíveis para compra, antes de se dirigir ao local. Como as encomendas são muitas e a mão de obra é limitada, pode acontecer um período de entressafra.
Tapioca do Alto da Sé
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Principal ponto turístico de Olinda, o Alto da Sé reúne mais de 30 barracas para entreter os visitantes. A iguaria mais vendida? Tapioca. A tradicional é a de coco, à venda por R$ 3, mas a receita se desdobrou. Tem com recheio de carne de sol, frango ou camarão, saindo por R$ 7. As tapioqueiras atendem pelo nome de Bia, Elizete, Maria, Nalva, Sebastiana, Silvana, Zeinha, entre tantas outras. Concorrentes, montam a barraca diariamente. No domingo, dia de maior fluxo de turista pelas ladeiras de Olinda, a procura pela tapioca equivale à movimentação. Todo mundo quer provar.
Bolo de rolo da Casa dos Frios
Desde 1957, a Casa dos Frios (Avenida Rui Barbosa, 412, Graças, F.: (81) 2125-0000; Rua José Aderal Chaves, 220, Boa Viagem, F.: (81) 3322-7330; aberto de segunda-feira a sábado, das 7h às 21h, e aos domingos, das 7h às 18h) está em atividade. Tradicional, serviu até o Papa João Paulo II em sua visita ao Recife em 1980, como comprova o registro estampado em uma das paredes da sede do bairro das Graças (há uma filial também em Boa Viagem). Espécie de mercadinho de luxo, a vedete da casa já é íntima de todos. Eleito Patrimônio Cultural e Imaterial, o bolo de rolo é daquelas comidas que ajudam a traduzir um povo. Em Pernambuco, é sobremesa obrigatória. Com recheio de goiabada, o quilo sai por R$ 36,90. Se quiser inovar, experimente o bolo de rolo de chocolate ou de doce de leite (R$ 42,90, o quilo).
Sorvete da Bacana
"Não fazemos sorvete de fruta com polpa. Aqui, só da fruta mesmo", garante Mânia Goés, proprietária e filha de dona Dilma Goés, a senhora que deu início à confecção dos sorvetes Bacana (Avenida Getúlio Vargas, 166, Bairro Novo, F.: (81) 3439-1035; aberto diariamente, a partir das 8h), há 41 anos. De lá para cá, Mânia e seus 20 funcionários se acostumaram a ver recifenses se deslocarem até o Bairro Novo, em Olinda, onde está localizada a sorveteria, só para experimentar o sabor da estação. A depender da época do ano, o cliente encontra sorvete de pitomba, siriguela, araçá, pitanga, jabuticaba e até de azeitona preta, além dos tradicionais chocolate, morango, coco e baunilha. Ao todo, são 70 sabores. Um bola sai a R$ 4. Duas, a R$ 5. Três, a R$ 7. Outros pontos de venda estão espalhados por Olinda, Recife, Jaboatão dos Guararapes, Gravatá e por aí vai.
Maltado d'As Galerias
Gerações e gerações já provaram o maltado de chocolate da lanchonete As Galerias. Inaugurada em 1928, espremida entre a Avenida Rio Branco e a Rua do Bom Jesus, atraía os jovens da primeira metade do século passado. 74 anos depois, mudou de endereço. Esqueceu a Rio Branco e se instalou, de fato, no Bom Jesus. Desde 2007, no entanto, foi para a esquina da Rua da Guia, número 183, em frente à Praça do Arsenal da Marinha. Nômade, mas sem abandonar o Recife Antigo. O proprietário Jorge Gomes já é a terceira geração que coordena As Galerias. Seu avô, o cubano Fidélio Lago, foi quem trouxe o passo-a-passo do maltado à cidade. 300ml de sorvete de creme, leite maltado e malte de chocolate, juntos e misturados, custam R$ 5. Tem ainda a opção com malte de morango ou com baunilha, sem variar o preço. Aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h, e aos sábados e domingos, das 14h às 22h.
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